The Use of Force in the Conversion and Control of Heresies in the Formation and Dismantling of Christian Communities in Japan at the Turn of the 17th Century

Entre o final do século XVI e o início do século XVII, a presença cristã no Japão introduziu diversas estruturas para a organização das sociedades locais. Missionários fundaram colégios, hospitais e promoveram novas formas de experiência religiosa relacionadas à caridade, aos funerais e às celebrações. Esse novo sistema normativo era constantemente moldado pela refutação das crenças budistas e pelo controle contínuo das idolatrias e heresias. Com o auxílio de líderes seculares, os missionários frequentemente recorreram a medidas coercitivas para remover obstáculos (impedimenta remouere), incluindo a destruição de ídolos e conversões forçadas. Embora essas práticas apresentem semelhanças com estratégias coloniais empregadas em territórios sob o controle das coroas ibéricas, elas ainda não foram analisadas sistematicamente no Japão sob a ótica do universalismo cristão, enquadrando a missão jesuíta como um empreendimento colonial. Esta apresentação examina as dinâmicas locais desses esforços e sua interseção com o desenvolvimento de estratégias para a perseguição ao cristianismo a partir do século XVII, com foco particular na região de Bungo. Com base em fontes locais, a hipótese central é que a coerção foi um elemento fundamental na introdução do cristianismo, e que o reconhecimento dessa violência por parte do xogunato serviu posteriormente para justificar o uso da força tanto na propagação quanto no desmantelamento do governo espiritual e eclesiástico jesuíta sobre as comunidades recém-convertidas.